Filmes | Janeiro de 2021

6 filmes que assisti no primeiro mês do ano

Stephanie D'Ornelas
6 min readFeb 9, 2021
Sound of Metal/Reprodução

Vi filmes muito bons em janeiro e fiquei com vontade de compartilhar alguns pensamentos sobre eles. Decidi então que neste ano vou escrever pelo menos um pouquinho sobre os filmes que eu assistir e publicar aqui mensalmente. Minhas escolhas não tem muitas regras: gosto de ver estreias e filmes antigos, clássicos e produções independentes pouco conhecidas. Tenho uma queda maior por dramas e suspense, mas de vez em quando é legal assistir algo fofo como Fantastic Mr. Fox ou Coco, que foram algumas das escolhas do mês. Ao final vou deixar sempre uma nota também, totalmente baseada nas minhas opiniões pessoais :P Se você tiver dicas de filmes bacanas, deixe nos comentários!

2020 nunca mais (Death to 2020)

2020

Eu amo Black Mirror, então logo que vi que havia sido lançada uma nova produção dos criadores da série na Netflix (Charlie Brooker e Annabel Jones), fiquei bem curiosa para assistir. 2020 nunca mais é um mocumentário — uma espécie de documentário que satiriza situações verdadeiras misturando histórias fictícias e reais — que traz uma retrospectiva do ano que todos querem esquecer. Eu não planejava assistir a nenhuma retrospectiva de 2020, mas como essa é uma versão comédia foi uma experiência interessante (mesmo que para rir das próprias desgraças).

Esse filme tem piadas ótimas e me fez rir bastante, mas confesso que esperava mais — provavelmente porque fui com altas expectativas pensando em Black Mirror. Lá pela metade do especial de comédia da Netflix eu já estava achando as piadas muito repetitivas e tudo meio maçante. É uma retrospectiva que praticamente fala só sobre os Estados Unidos e Inglaterra, o que é compreensível já que é uma produção britânica, mas isso não me agradou muito.

Minha nota: 3/5

O Fantástico Sr. Raposo (Fantastic Mr. Fox)

2009

Eu estou simplesmente apaixonada pela animação O Fantástico Sr. Raposo. Não tinha como ser muito diferente: cada trabalho do Wes Anderson é uma peça de arte ♥ Esse filme foi feito inteiramente em stop motion, então fiquei imaginando o trabalho imenso que deu para criar e manusear os personagens e todo cenário que tem tantos detalhes, deixando tudo tão lindo! A estética do Wes Anderson é um deleite por si só: as cores, a composição, o enquadramento simétrico.

Junte tudo isso a uma história fofa e divertida: a animação, baseado em um livro infantil de Roald Dahl, mostra a história de uma família de raposas a partir da perspectiva do pai, o Sr. Raposo, que promete para sua mulher que vai parar de roubar galinhas e arruma um emprego como colunista em um jornal. Seu instinto animal aventureiro, entretanto, faz com que anos mais tarde ele volte à velha vida de ladrão, às escondidas. Em meio às confusões causadas por ele, a animação aborda temas como amizade, o poder da união e da coragem. Altamente recomendado para crianças e adultos.

Minha nota: 5/5

O Som do Silêncio (Sound of Metal)

2019

A sinopse de O Som do Silêncio pode causar a impressão de ser um filme melodramático. Mas ele está muito longe disso. É uma narrativa crua e bela sobre frustações, busca pela autoaceitação e pelo autoconhecimento. O filme acompanha a história de um baterista de metal que perde a audição no meio de uma turnê. O espectador vive uma experiência sensorial junto com o protagonista, em meio aos silêncios e sons praticamente inaudíveis que compõe boa parte do filme. A atuação do Riz Ahmed é absurdamente maravilhosa — tinha visto um filme mais antigo dele recentemente (Quatro Leões) e já me encantado, e ele consegue ser ainda mais fantástico neste. Aguardando muitas indicações para o Oscar.

Minha nota: 5/5

Hilary and Jackie

1998

Eu adoro o Mubi (um serviço de streaming com curadoria de filmes clássicos, premiados, cults e de novos diretores) porque acabo vendo muitos filmes que eu nem sabia da existência e que estão longe das fórmulas prontas de grande parte dos filmes da Netflix que parecem ter prazo de validade. Num mundo em que parece ser uma obrigação ter visto todos os últimos lançamentos, também gosto de parar para ver filmes antigos. E, principalmente, assistir produções feitas fora dos Estados Unidos para ter acesso a outras visões de mundo além da hollywoodiana.

Foi no Mubi que assisti Hilary and Jackie, e se eu já fiquei chocada com algumas das coisas que acontecem no filme, fiquei ainda mais abismada depois, quando pesquisei e vi que foi baseado em uma história real. O filme britânico é um drama biográfico sobre a vida e carreira da violoncelista Jacqueline du Pré, e sua relação com a irmã, Hilary du Pré. Emily Watson e Rachel Griffiths, que interpretam as irmãs, foram indicadas, respectivamente, ao Oscar de Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante em 1999.

A história é bem intensa e confesso que estava achando absurda demais até saber que era real. Não achei um super filme, mas gostei por conhecer um pouco sobre a Jacqueline du Pré, que é conhecida como uma das maiores intérpretes do violoncelo que já existiram.

Minha nota: 3/5

Viva — A Vida é uma Festa (Coco)

2017

Depois de muito tempo me enrolando para assistir Viva — A Vida é uma Festa, finalmente assisti essa produção belíssima. É uma das animações mais lindas que vi na vida e já é uma das minhas preferidas da Pixar. Esse filme fala sobre vida, morte, a importância da família e de quem veio antes de nós. Me emocionei muito e passei dias com ele na minha cabeça, com um quentinho no coração e refletindo sobre quem foram meus avós, bisavós, tataravós... O filme conta a história de Miguel Rivera, um menino de 12 anos que acidentalmente é transportado para o mundo dos mortos. O longa-metragem é baseado no Dia dos Mortos, a mais famosa festividade mexicana. Fiquei com ainda mais vontade de conhecer o México depois de assistir esse filme, espero que isso seja possível depois da pandemia!

Minha nota: 5/5

Malcolm X

1992

Malcolm X é uma cinebiografia do famoso ativista Malcolm Little, mais conhecido como Malcolm X. O filme, baseado no livro The Autobiography of Malcolm X, é dirigido por Spike Lee, ícone do cinema afro-estadunidense. Eu não conhecia praticamente nada da história do Malcolm X antes de ver esse filme, que retrata momentos importantes desde a infância até o último dia de vida do ativista. O filme é longo, tem mais de 3 horas de duração, mas vale cada minuto! É uma jornada pela trajetória de luta e resistência de uma pessoa que acreditava na justiça e em um mundo melhor, e que dedicou toda uma vida em busca de seus ideias, inspirando milhares de pessoas até o dia de hoje.

Minha nota: 5/5

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Stephanie D'Ornelas
Stephanie D'Ornelas

Written by Stephanie D'Ornelas

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