Mudança, minha palavra para 2023

Movimentar para transformar

Stephanie D'Ornelas
2 min readDec 17, 2022
Pexels

A palavra de 2020 foi covid. A de 2021, vacina. Qual foi a de 2022? Desde o início do ano pensei que seria retomada. E de fato foi, em muitos sentidos. Mas ela é muito pouco para tentar explicar o que foi 2022.

No Reino Unido, ‘permacrise’ foi eleita a palavra do ano.

O termo se refere a um sentimento observado nos britânicos que acredito que se estenda a boa parte do mundo: a incerteza e a insegurança de viver em um contexto de instabilidade político-econômica e num momento de guerra.

Aqui no Brasil, as incertezas se intensificaram pelas eleições, que faziam do futuro um mistério completo (não que a gente saiba o que vai acontecer agora, mas pelo menos dá para ter uma pontinha de esperança).

Em um contexto pessoal, 2022 trouxe estranhamentos para mim. Principalmente pela tal da retomada.

A gente costuma lembrar das coisas boas e esquecer dos momentos ruins de maneira geral, e tenho a sensação de que a pandemia foi esquecida, de certa maneira, como se tanto sofrimento não tivesse existido. Mas ele está lá. Como um fantasma. Essa retomada é também um juntar os cacos do chão, do que se despedaçou em nós. E ir colando, lembrando de quem a gente é. Nos redescobrindo.

Esses dias falei para minha psicóloga que não sinto que cumpri tantos objetivos que queria realizar em 2022 e estava um pouco frustrada. Que sentia a necessidade de mudança, mas que ela definitivamente não aconteceu. Então, ela trouxe reflexões que foram importantes para mim: disse que este ano serviu para a gente recalcular a rota, reorganizar a vida.

A gente se reorganizou neste ano para as mudanças de 2023 surgirem.

A nível pessoal, eu sei que elas virão. Porque é isso que quero manifestar e porque estou em movimento para isso (e a nível nacional, a mudança começa logo no dia 1º de janeiro, com o fim do governo daquele lá).

Todo dia é uma oportunidade de recomeçar, tentar algo novo, mudar. Mas um ano novo, aberto como um caderno com folhas em branco, dá ainda mais ganas de fazer tudo isso. Estou animada para começar a preencher essas páginas.

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Stephanie D'Ornelas

brazilian journalist writing about books, art, cinema and more | jornalista curiosa sobre o mundo. aqui escrevo sobre livros, arte, filmes e devaneios