Filmes | Abril de 2021
Cinco filmes vistos no quarto mês do ano
Neste ano decidi escrever um pouquinho sobre cada filme que assistisse, como mais uma forma de me manter escrevendo por aqui, para me lembrar dos filmes depois e para deixar como sugestão para quem curte cinema. E aqui estou, escrevendo sobre os filmes que assisti no quarto mês de 2021! Se você quiser sugerir filmes bacanas, deixe um comentário. :)
Corpo Fechado (Unbreakable)
2000
Já faz algum tempo que queria ver a trilogia Corpo Fechado, Fragmentado e Vidro, e em abril assisti o primeiro filme da sequência, lançado no ano 2000. O suspense se revela basicamente como um filme de super-herói, mas bem diferente dos atuais da Marvel e DC que dominam o cinema. Ele foca em dois personagens completamente opostos: David Dun (Bruce Willis), um homem aparentemente comum que descobre ser “inquebrável”, e Elijah Price (Samuel L. Jackson), um negociante de arte bem sucedido com ossos tão frágeis como vidro. Corpo Fechado influenciou muito os filmes de super-heróis que surgiram nos anos posteriores, e é um precursor do gênero como o conhecemos hoje.
Ver o protagonista executando seus diversos papeis — como “pai”, “trabalhador”, “herói”— também me fez pensar sobre como o filme retrata uma masculinidade utópica, um homem forte que vai defender a família a qualquer custo, que nunca vai se ferir ou ficar doente, que é referência para o filho e, mesmo com falhas, para a esposa (mas essa é outra discussão que renderia um texto à parte).
Nota: 5/5
Amor à Flor da Pele (In the Mood for Love)
2000
Que filme belo e sensível! Assisti Amor à Flor da Pele no Mubi e fiquei completamente encantada. Essa obra, dirigida pelo diretor de Hong Kong Wong Kar-Wai, é reconhecidamente uma obra prima: o romance foi nomeado como o segundo melhor filme do século 21, segundo uma lista publicada pela BBC. Ambientado na Hong Kong do começo da década de 1960, o filme mostra a relação entre o senhor Chow (Tony Leung) e Su Li-zhen (Maggie Cheung Man-yuk), vizinhos que desconfiam que estão sendo traídos pelos seus respectivos cônjuges. Os dois vivem uma espécie de amor platônico e dividem encontros apresentados de maneira muito sensível. Além de tudo, o filme tem uma fotografia deslumbrante, e os vestidos usados pela Su Li-zhen são um deleite para os olhos, praticamente personagens estáticos da obra.
Depois de assistir o filme, ouvi esse episódio do podcast Plano Geral sobre os 20 anos de Amor à Flor da Pele, e indico muito para quem quer ouvir boas reflexões e análises sobre o filme e a obra de Wong Kar-Wai.
Nota: 5/5
Bela Vingança (Promising Young Woman)
2020
Eu gostei demais de Promising Young Woman (que no Brasil recebeu o título “Bela Vingança”, que não me agrada muito), ganhador do Oscar de Melhor Roteiro Original. O filme, importante dizer, pode ser pesado para muitas pessoas, por despertar gatilhos sobre abuso sexual. Ele é um gênero difícil de definir: tem muito suspense, ao mesmo tempo que é meio comédia ao escancarar e ironizar clichês sobre representações femininas no cinema e na vida. O longa acompanha Cassie (Carey Mulligan), uma ex-estudante de medicina que vai a bares à noite e finge estar bêbada para depois aterrorizar homens que se aproveitam da situação para tentar estuprá-la. Ao longo do filme, vão sendo reveladas as motivações de Cassie, que quer vingança. Infelizmente, é difícil uma mulher que não se reconheça em alguma das histórias apresentadas ali em algum grau.
Nota: 5/5
A Árvore da Vida (The Tree of Life)
2011
A Árvore da Vida é desses filmes que dividem a audiência entre quem ama e quem odeia. Principalmente por não ser um filme que traz uma história linear, simples de entender. Eu gostei dessa definição que li no Papo de Cinema: A Árvore da Vida é um filme-poema. Há muita subjetividade e simbolismos. É uma manifestação artística, que mescla imagens grandiosas do cosmos e da criação do planeta Terra com relatos do micro, a partir cenas de uma família composta por uma mãe doce (Jessica Chastain) e um pai autoritário (Brad Pitt) vivendo a experiência de criação dos filhos entre o amor e a dor. É um filme bonito, sensível, profundo.
Nota: 5/5
Helvetica
2007
Esse filme é para designers e fãs de design e tipografia em geral (inclusive, eu assisti para a disciplina de tipografia que estou cursando). Trata-se de um documentário que conta a história de uma das fontes mais famosas do século 20 e 21: a Helvetica. O longa metragem foi dirigido por Gary Histwit em comemoração ao 50º aniversário da fonte, em 2007. Vários tipógrafos falam sobre suas vivências e impressões sobre a Helvetica (incluindo apaixonados e haters). Mais do que a fonte em si, entretanto, vemos uma discussão entre o modernismo e o pós-modernismo no design. É bem legal para refletir sobre a não-neutralidade do design — mesmo quando falamos de uma fonte tipográfica que foi apresentada ao mundo como “neutra” e “universal”.
Nota: 3/5
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